segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Texto


Estou deitada. O telefone toca.

Levanto e vou atender.

- Alô, quem fala?

- Oi, amiga sou eu Susam

- Sua voz está estranha, tudo bem!

- Não! não está, você pode vir aqui no rancho?

- No rancho? O que você quer dizer, com... se eu posso ir no rancho. Que rancho?

- Ele tá morto!

- Quem tá o que?

- Morto, morto, mortinho...

- Dá para me dizer do que você está falando, não estou entendendo nada.

- Lembra que nós combinamos de passar o feriado no rancho? Mas ele tá morto, e agora, preciso de ajuda... não fui eu não, eu juro.

- O feriado é amanhã e pelo jeito não vai ter bebida para ninguém.

- Me escuta, eu encontrei um cadáver deitado no banheiro do rancho, ontem a noite.

- Você não está bebada, está louca... como uma pessoa encontra um cadáver, e no dia seguinte liga para sua amiga no lugar de pedir socorro!

- Ele tá pelado!

- Que diferença isso faz, acho que é bom você fazer alguma coisa, o morto já deve tá fedendo.

- Não posso ligar para a polícia, preciso colocar uma roupa nele, mais ele é muito grande, não consigo, vem me ajudar. Já pensou se a polícia chega aqui e me encontra com um homem pelado? Vai pensar o que, que..., depois eu matei ele.

- Espera, não faz nada, eu vou ligar para um advogado e para a polícia e nós vamos até o rancho, não sai daí, já estou indo.

Um comentário:

  1. Oi Maria,
    Essa moça é bem prestativa, hein? E muito corajosa....vestir um cadáver desconhecido...Muito bom!

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